Oleg Krot, sócio-gerente da holding TECHIIA, obteve o segundo lugar na classificação de "Líder Superior em Transformação" da revista BUSINESS entre os melhores gerentes de transformação
A fusão das diferentes empresas na TECHIIA technology holding foi um marco para os parceiros de negócios Oleg Krot e Yura Lazebnikov, que trabalham juntos há 14 anos. Pelo fato de essas empresas cobrirem uma dezena de direções e projetos diferentes, os parceiros conseguiram obter sinergia, otimizar custos e tornar o negócio mais estável e flexível.
— Conte-nos, quais foram os objetivos você perseguiu ao criar a holding? É uma forma de otimizar custos?
— A holding não se trata apenas de otimizar custos, mas de criar um Centro de Expertise e buscar sinergias para fortalecer o patrimônio de cada um. A isso se soma a oportunidade de aumentar a eficiência da gestão por meio de uma forte equipe de diretores regionais.
Ao mesmo tempo, alguma otimização de custos também ocorreu. Temos um único sistema de contabilidade interna, um único Centro de Especialização, que consiste nos departamentos de Gestão Financeira, Assuntos Jurídicos, Compliance, RH, Design, Comunicações. É o Centro que dá o tom do trabalho da holding em geral e de cada empresa em particular. No entanto, os negócios que integram a holding são independentes, com diretor-presidente e equipe de gestão próprios. Esta é a nossa estabilidade e flexibilidade ao mesmo tempo.
Portanto, para nós, a consolidação é, antes de tudo, uma etapa de crescimento e, depois, de otimização de custos. Afinal, segurar também é caro. Tivemos que contratar uma equipe de “burocratas” para auditoria, gestão jurídica e financeira, o que se tornou um encargo financeiro adicional significativo.
— Há diferença entre o impacto da crise atual no desenvolvimento da indústria de tecnologia na Ucrânia e em outras partes do mundo onde a holding possui escritórios?
— Há uma diferença na reação de países e empresas em diferentes países. Em alguns, o Estado apoia o negócio pagando salários a funcionários de empresas privadas e, em outros, não interfere nos negócios. O comum para todo o mundo é a necessidade de revisão dos modelos de negócios, abordagens do trabalho remoto, a formação da instituição de diretores regionais. A Ucrânia continua sendo um centro manufatureiro devido à forte educação básica, salários competitivos de especialistas em indústrias tecnológicas e tributação ideal. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos e a Europa formam a demanda de produção e dão preferência aos ucranianos pela alta qualidade do trabalho ao melhor preço.
— Conte-nos sobre o impacto da crise para a TECHIIA. Que decisões anti-crise você teve que tomar?
– A experiência de muitos anos fazendo negócios nos ensinou o mais importante: para sermos o mais invulneráveis possível às crises, devemos distanciar os negócios da situação política e econômica de um determinado país. Então, pegamos um caminho de diversificação.
Transformamos o negócio quando necessário, mudamos para o trabalho remoto e continuaremos a trabalhar nesse modo até que o número de novas doenças em Kiev diminua significativamente. Conseguimos manter todos os empregos e continuamos contratando pessoal. No entanto, as atividades de algumas empresas mudaram um pouco. Por exemplo, a Enestech, que está desenvolvendo software e hardware de gerenciamento de clube de computador baseado em assinatura da Senet, colocou em quarentena qualquer retirada de clientes para ajudar a manter seus negócios funcionando. WePlay! Esports teve que se ajustar de forma excepcional aos torneios online. Apesar do fato de que os locais de esports offline são nosso cartão de visita, a segurança dos fãs e jogadores é primordial.
— Quais são seus planos estratégicos?
— Temos grandes expectativas para os esports, que não têm limites, restrições e fronteiras e não têm medo de pandemias. Queremos a palavra WePlay! seja associado a um show de esportes brilhante no mercado. Para isso, estamos construindo estádios de esports em Kiev e Los Angeles e nos preparando para construir mais três: no Brasil, China e Austrália. Isso nos permitirá não ter restrições em nossos próprios shows e torneios.
Além disso, em 1º de setembro de 2020, lançaremos uma nova fábrica de WP Merchandise, cuja capacidade será quase 10 vezes maior do que a existente. Nos próximos dois anos, planejamos aumentar a produção de mercadorias WP em dez vezes! Este será um novo nível para a indústria leve da Ucrânia.
Outro projeto interessante em desenvolvimento é o EcoTechnoPark da TECHIIA. Este será o primeiro eco-tecnoparque de alta tecnologia na Ucrânia a resolver o problema global de processamento de dados em alta velocidade.
— A indústria de TI em todo o mundo está se desenvolvendo rapidamente. Parece que não há obstáculos e limites para isso. Diga-nos, quais são os atuais desafios para os profissionais de TI?
— A situação na Ucrânia e no mundo é diferente. Os Estados Unidos são um país de investidores, enquanto a Ucrânia é uma base de produção. E por mais que nos esforcemos para nos tornar um país de startups, como Israel, devemos reconhecer que ainda temos muito a fazer, principalmente em cooperação com o estado, para que esse sonho se torne realidade. A indústria de TI na Ucrânia se desenvolverá, contanto que possamos fornecer desenvolvimento de alta qualidade a um preço atraente para o mercado ocidental. A alta qualidade depende do nível de educação, enquanto o custo não está apenas no nível dos salários, mas também no nível de tributação. Tanto o primeiro quanto o segundo dependerão da interação do setor de TI e do estado.
— Qual foi a decisão de transformação mais difícil que você teve que fazer ultimamente?
— Esta é uma decisão conjunta com Yura Lazebnikov para estabelecer uma participação. Houve uma transição para um formato em que "holding" não é apenas uma palavra bonita no nome, mas sim elementos de gestão completamente diferentes e mudanças significativas na estrutura jurídica. E essa transição se tornou a decisão mais difícil dos últimos tempos.
Na realidade ucraniana, é mais fácil registrar mais uma dúzia de LLCs e trabalhar com elas. Mas se nosso objetivo é um negócio atraente para investimentos, então essas empresas devem fazer parte dos ativos de uma holding internacional protegida pelas jurisdições relevantes. E isso resulta em custos financeiros muito mais elevados, carga tributária, serviços jurídicos e financeiros mais complexos, auditoria, uma equipe maior e um processo de gestão mais complexo.
É uma pena que um grande negócio não possa ser administrado de forma tão barata e fácil quanto um pequeno. Ganhando oportunidades para grandes negócios em termos de investimento, escala, atividades internacionais, também obtemos uma estrutura inepta. E é muito importante manter a flexibilidade anterior, e isso só é possível através da cultura da empresa e da equipe certa.
— Com que frequência você tem que sair da sua zona de conforto?
— Nós nunca estamos nisso
A entrevista original está no site da revista BUSINESS